Ética e moral: o que são e como se aplicam no ambiente profissional?
Seja nas relações pessoais ou nas relações de trabalho, posturas morais e éticas são essenciais para o equilíbrio dos vínculos.
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Comumente ouvimos falar em condutas éticas e morais, seja na vida cotidiana ou nos espaços profissionais. No entanto, definir uma conduta como correta ou errada não é tão simples como pensamos. Isso porque por trás dos pressupostos de certo e errado temos dois conceitos que podem variar a depender do indivíduo e do espaço que ele ocupa, sendo eles: Ética e Moral.
Dentro de um espaço profissional, por exemplo, as condutas e comportamentos de um indivíduo, geralmente, são regidas por códigos de ética, que se aplicam a todos indiscriminadamente. Tais regras são fundamentais para a boa convivência dos profissionais, bem como de suas relações com aqueles que atendem.
Ética e moral: quais as diferenças?
Os conceitos de Ética e Moral constituem um conjunto de valores e condutas que ditam a vida em sociedade. Aliás, estes conceitos já são debatidos pela Filosofia já faz um bom tempo, desde Platão.
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Por isso, é importante dizer que diferentes autores irão compreender a concepção de Ética e Moral de formas distintas, a depender dos seus sistemas filosóficos. Quer um exemplo? O filósofo grego Aristóteles compreendia que uma conduta ética estaria embasada na ideia de justo meio. Em outras palavras, uma conduta sem excessos, mas também sem faltas.
De todo modo, como cada filósofo possui uma definição desses conceitos, o essencial é que entendamos de forma geral no que consiste a moralidade e a Ética. Assim, em linhas gerais, a Moral corresponderia ao seguimento das regras, regulamentos e ordens.
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Dessa forma, quem não cumpre as regras é considerado imoral. Agora, dizemos que um indivíduo é amoral quando este não tem noção das regras, estando desprovido de qualquer senso do que é moral ou imoral.
Já a Ética consiste na reflexão que fazemos sobre a moralidade. Ou seja, a Ética está relacionada com a reflexão individual sobre a moralidade vigente em uma sociedade. Assim como a moral, dizemos que um indivíduo é ético quando este segue os preceitos éticos de uma sociedade.
É importante dizer que a ética individual, uma vez conjugada, pode dar espaço à formação da ética coletiva, esta é a base da moralidade. E dessa forma, estes dois conceitos – Ética e Moral – acabam adentrando vários aspectos sociais como: questões científicas, atitudes, comportamentos, política e até mesmo as relações profissionais.
No que consiste a ética profissional?
Como vimos, a Ética está voltada aos valores, os quais regulam o convívio social de forma respeitosa, harmoniosa e justa. Mas, como ela poderia se aplicar no ambiente profissional?
Dentro do ambiente de trabalho, é comum que as empresas possuam um código de conduta que regula o comportamento dos colaboradores. Além disso, em empresas cuja estrutura organizacional é hierárquica, o que se espera é que todos os trabalhadores respeitem as relações de poder.
Agora, não precisamos nem dizer que a convivência profissional requer que os colegas de trabalho se respeitem mutuamente para a construção de um clima organizacional harmônico. Por isso, é fundamental que o respeito à individualidade do outro seja uma conduta moral seguida por todos.
Isso porque o desrespeito pode culminar em atritos comunicacionais, conflitos de interesse e disputas de ego, que colocam à prova a produtividade dos colaboradores.
A importância de códigos de ética no ambiente profissional
Mas, não pense você que a ética profissional dita apenas as relações internas, aquelas entre funcionários. Um código de ética empresarial tende a pautar também as condutas que os colaboradores precisam ter para com os clientes.
Da mesma forma, não é de se espantar que muitas profissões possuem um código de ética muito bem definido como é o caso das áreas do Direito e da Medicina.
Aliás, o código de ética da Medicina toma por princípios a segurança da dignidade, da integridade e da identidade dos pacientes. Segue daí a importância do sigilo médico quanto aos serviços prestados e informações dos pacientes atendidos.
Desse modo, quando não há respeito dos profissionais aos princípios éticos que orientam suas atividades, os mesmos são passíveis de serem julgados no conselho de ética, correndo o risco de serem inabilitados do exercício.
A falta de um código de ética e seus dilemas
Agora, quando a profissão ou ambiente profissional não é regulado por uma ética própria, as condutas podem ser guiadas por ordens de superiores na escala hierárquica. O problema é que algumas ordens podem ferir a ética individual do profissional, além de não representarem os princípios da empresa.
Por exemplo, suponhamos que uma das ordens dadas a um colaborador seja mentir para um cliente sobre as funções de um determinado produto. Se o princípio ético “não mentir em hipótese alguma” fizer parte da ética individual do vendedor, mentir será uma conduta imoral e antiética de acordo com sua própria noção de Ética e Moral.
O desalinhamento dos princípios éticos dos colaboradores daqueles cultivados pelo alto escalão da empresa pode levar a uma série de conflitos interpessoais e grandes chances do insucesso da organização.
Por isso, é fundamental que o conjunto de valores, missão, cultura e clima organizacional sejam apresentados ao colaborador tão logo ele seja admitido. Além disso, é importante que o código de ética da organização esteja embasado nos valores humanos e éticos da sociedade e não em valores escusos.