Doenças ocupacionais psicossociais: quais são e como preveni-las
Entenda o que são doenças ocupacionais psicossociais, seus impactos no ambiente de trabalho e estratégias de prevenção.
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As doenças ocupacionais psicossociais são condições de saúde que afetam a mente e as emoções, surgindo diretamente das interações e do ambiente de trabalho. Sendo assim, elas se manifestam quando os fatores relacionados à organização do trabalho, como a carga de tarefas, a pressão por resultados, o ritmo acelerado das atividades e um clima organizacional desgastante.
Por isso, é fundamental reconhecer os sinais e compreender as manifestações dessas condições para buscar um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado. A seguir, apresentamos as principais doenças ocupacionais psicossociais, detalhando suas características para que você possa identificá-las e, mais importante, agir preventivamente em prol da sua saúde.
1. Burnout
A Síndrome de Burnout, reconhecida oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, é um dos transtornos psicossociais mais comuns no ambiente de trabalho. Ela se caracteriza por um estado de esgotamento físico e mental profundo, decorrente do estresse crônico. Diferente de uma reação pontual, o burnout surge de forma gradual, alimentado por fatores como carga de trabalho excessiva.
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Entre os principais sintomas relatados por quem vivencia o burnout estão a exaustão persistente, a queda acentuada da autoestima e o aumento da irritabilidade. A concentração é comprometida, resultando em lapsos de memória e dificuldade em realizar tarefas simples. O sono frequentemente é afetado, com casos de insônia recorrentes, assim como alterações no apetite.
Além do impacto emocional e cognitivo, o burnout também se manifesta fisicamente. É, por exemplo, comum a presença de dores musculares causadas pela tensão acumulada, além de sintomas psicossomáticos, como dores de cabeça e distúrbios gastrointestinais. A falta de energia se torna constante e vem acompanhada por um sentimento de desesperança em relação ao futuro profissional.
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2. Depressão e ansiedade no trabalho
A depressão no ambiente de trabalho afeta diretamente o bem-estar e a produtividade dos profissionais. Ela costuma se manifestar por uma falta persistente de energia, queda na eficiência e sentimentos de tristeza generalizada. Dessa forma, o indivíduo pode se ausentar com frequência, sentir-se esgotado e desmotivado, tornando difícil realizar tarefas rotineiras.
A ansiedade, por sua vez, torna-se problemática quando a preocupação se torna excessiva e difícil de controlar. Situações corriqueiras, como reuniões ou apresentações, podem provocar mal-estar intenso, acompanhado de sintomas físicos como tremores, sudorese e palpitações. Quando não tratada, a ansiedade pode evoluir para transtornos mais graves, como o transtorno de ansiedade generalizada.
Ambas as condições têm impacto profundo na vida pessoal e no trabalho, interferindo na capacidade de concentração, na tomada de decisões e na qualidade das interações sociais. Reconhecer os sinais precocemente e buscar apoio profissional é essencial para preservar a saúde mental e manter um desempenho saudável.
3. Estresse crônico
O estresse crônico no ambiente de trabalho surge quando as pressões e demandas se tornam constantes, e o indivíduo não encontra formas eficazes de lidar com elas. Essa exposição prolongada compromete diretamente a saúde física e mental, tornando o dia a dia mais desgastante e desafiador.
Entre os sinais mais comuns estão a queda na produtividade, irritabilidade acentuada, desinteresse pelas tarefas e cansaço mental. Ainda mais, a dificuldade de concentração, lapsos de memória e explosões emocionais inesperadas refletem como o corpo e a mente passam a reagir ao estresse contínuo.
Fisicamente, o estresse crônico se manifesta por dores de cabeça frequentes, tensões musculares e problemas gastrointestinais. Além disso, a preocupação excessiva e o humor persistentemente abatido indicam que a situação já afetou a qualidade de vida, tornando essencial buscar estratégias de enfrentamento e cuidados preventivos.
4. Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) se caracteriza por pensamentos intrusivos e repetitivos que provocam ansiedade intensa. Para tentar aliviar essa angústia, a pessoa desenvolve rituais ou comportamentos compulsivos, muitas vezes difíceis de controlar.
No ambiente de trabalho, essas compulsões podem impactar diretamente a rotina e a eficiência. Rituais de limpeza, organização ou verificação constantes podem interromper tarefas importantes, atrasar prazos e interferir em reuniões ou projetos.
Além da produtividade, o TOC pode afetar as relações interpessoais. Isso porque, os colegas e superiores podem não compreender o comportamento, gerando mal-entendidos e aumentando o estresse do profissional. Esse ciclo contínuo de ansiedade e compulsão prejudica o bem-estar geral e a qualidade do trabalho.
5. Síndrome de pânico relacionada ao trabalho
A Síndrome do Pânico, quando associada ao ambiente de trabalho, manifesta-se por crises intensas e recorrentes de ansiedade e medo. Essas crises podem surgir mesmo na ausência de um perigo real, provocando sensação de desespero e perda de controle.
Durante uma crise, o indivíduo pode vivenciar sintomas físicos intensos, por exemplo, aceleração do coração, dificuldade para respirar, tonturas, sensação iminente de desmaio, sudorese, tremores e dores no peito ou estômago. Ainda mais, esses episódios podem interromper tarefas importantes e comprometer a produtividade.
Antes do surgimento das crises, é comum que o profissional apresente sinais de alerta, como aumento da preocupação, tensão constante e sensação de mal-estar. Sendo assim, reconhecer esses sinais precocemente é fundamental para buscar ajuda e evitar a progressão da síndrome, promovendo mais saúde e equilíbrio no ambiente de trabalho.
6. Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT)
Por fim temos o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), que pode se desenvolver após a vivência ou testemunho de eventos altamente perturbadores no ambiente de trabalho. Situações como acidentes graves, assaltos ou tragédias inesperadas têm potencial para desencadear essa resposta psicológica intensa.
Os sintomas geralmente aparecem semanas ou meses após o evento e podem incluir humor retraído, isolamento social e reações exageradas a estímulos que lembram o trauma. Pesadelos recorrentes, flashbacks vívidos e sensação constante de alerta são manifestações comuns que aumentam a ansiedade do indivíduo.
Esses efeitos não apenas prejudicam o bem-estar emocional, mas também impactam a vida profissional e social. Reconhecer os sinais precocemente e buscar apoio especializado é essencial para prevenir agravamentos e promover recuperação, segurança e qualidade de vida no trabalho.
Então, ao longo deste artigo, exploramos as principais doenças ocupacionais psicossociais, detalhando suas causas e sintomas. Por isso, é fundamental que tanto empregadores quanto empregados reconheçam a importância de um ambiente de trabalho saudável. Por fim, uma dica de relaxamento, é a prática da escrita terapêutica.