Criatividade no uso da tecnologia - INFOCU
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Criatividade no uso da tecnologia

As considerações do neurocientista abrangem, em especial, a importância do aspecto humano para um bom uso da tecnologia.

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    A relação homem-máquina foi um dos temas tratados no evento Flash Humanidades, que ocorreu em São Paulo no mês de agosto. O tema foi abordado por Miguel Nicolelis, neurocientista, que ressaltou pontos sobre criatividade no uso da tecnologia nas empresas como um diferencial no futuro.

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    Fonte: Bruno Santos/Folhapress

    A pauta trouxe o questionamento se nessa relação, as partes são aliadas ou inimigas. E, basicamente, indicou que tudo dependerá de como isso será encarado. Para o profissional, o investimento na criatividade humana é justamente o que irá direcionar as tecnologias e seus impactos.

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    Os painéis do evento visaram abordar como as inovações contribuem com as empresas, ao mesmo tempo em que desafios são observados. A seguir, será possível ver mais sobre essa e outras pautas abordadas.

    Por que é importante a criatividade no uso da tecnologia? 

    Em sua apresentação, Nicolelis também abordou que a relação da tecnologia integra a existência há muitos anos e, a realidade atual também foi constituída com ela. O profissional ressalta que, desse modo, se deve escolher como será o futuro com o digital implementado em cada aspecto.

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    Deve-se ter atenção também à questão de que, a partir da centralização das pessoas nos recursos digitais e automáticos, haverá um espaço menor para a diferença. É justamente nesse contexto em que a criatividade nas empresas tem um papel crucial. O investimento nesse aspecto humano é capaz de gerar retornos mais positivos.

    Aliás, como exemplo de um uso positivo da tecnologia, o neurocientista citou o Andar de Novo, um projeto surpreendente que teve execução na abertura da Copa no ano de 2014. No caso, o primeiro pontapé partiu do paraplégico Juliano Alves Pinto, por causa de um exoesqueleto que viabiliza a conexão da máquina e cérebro.

    Soma-se a essa realização o fato de que, quando o projeto se encerrou, sete integrantes tiveram a classificação de paraplégicos parciais. Esse foi um marco inédito, onde essas pessoas recuperaram a sensibilidade tátil e graus de mobilidade que já tinham perdido há muito tempo.

    Além desses pontos, é interessante citar que o profissional defende que uma máquina nunca imitará um cérebro humano. Uma das principais distinções é a capacidade dos humanos de transformar energia dissipada em matéria orgânica.

    Fala sobre o capitalismo consciente também teve destaque

    O co-fundador e presidente da organização Capitalismo Consciente, Raj Sisodia também se apresentou no evento. Em sua fala deu ênfase no fato de que a viabilidade do futuro só ocorrerá por meio da cura de corporações e pessoas. Isso porque considera o modelo atual ultrapassado e insustentável.

    Nesse caso, citou a necessidade de repensar os modelos de negócios. Para isso, a busca por soluções lucrativas capazes de atender os problemas do planeta e das pessoas se faz importante. Sendo assim, o lucro não é o centro de tudo, mas um facilitador.

    Certamente, em meio a investimentos tecnológicos consideráveis, os dois pontos estão ligados. Sem dúvidas, os benefícios da tecnologia são perceptíveis em várias áreas da sociedade, como economia, saúde e educação.

    Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice da aplicação de tecnologias digitais em grandes corporações no país contou com uma elevação de 63% para 73% entre os anos de 2016 e 2018. E, esse número só cresceu até então.

    Em entrevista, Miguel abrange a relação das tecnologias no trabalho com as relações humanas 

    Em uma entrevista ao VOCÊ RH, apresentada também pela Flash, Miguel Nicolelis falou de mais aspectos cruciais sobre as novas tecnologias e o impacto nas relações humanas. Um dos pontos abordados foi em relação a alteração da dinâmica social, percebido principalmente no decorrer da pandemia.

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    Fonte: Freepik

    Esse é um dos elementos mais cruciais para o ser humano. E, hoje em dia, se nota uma menor empatia no que diz respeito às perdas, com questões que passam despercebidas. Inclusive, há pontos como padronização do pensamento e a perda da espontaneidade. Esse ponto aborda também o comprometimento da criatividade, que foi apontado pelo neurocientista como uma forma de se diferenciar ao ser priorizada. 

    Por outro lado, Nicolelis indica que as tecnologias são fundamentais. No entanto, só podem ser úteis a partir da criatividade, uma vez que a tecnologia por si só, não gera conhecimento. Nesse contexto, o agente pensante, ou seja, o ser humano, não pode ser colocado de lado.

    Quando perguntado se as tecnologias mais recentes são prejudiciais, diz que um cenário perigoso é criado a partir do momento em que se vende a ideia de que os sistemas tecnológicos são superiores à mente dos seres humanos. 

    Aliás, quando se fala nas relações de trabalho, em especial, na automatização, ressalta que não é tudo que pode ser automatizado. 

    Sendo assim, se pode perceber que o papel da criatividade no uso da tecnologia é significativo em prol da diferenciação de soluções mais sustentáveis. Além disso, se pode obter resultados mais positivos nas interações humanas.

    Nathalia Oliveira

    Graduada em Jornalismo especializada em SEO, finanças e redação de artigos. Sou apaixonada por contribuir com o crescimento pessoal e financeiro das pessoas.