Reduflação: a prática de diminuição do conteúdo das embalagens

Reduflação: a prática de diminuição do conteúdo das embalagens em resposta a inflação

Mesmo preço por menos produto gera insatisfação nos consumidores que também sofrem com aumentos inflacionários.

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Fonte: Freepik

Se você é um consumidor atento, certamente já deve ter percebido que as embalagens dos produtos estão menores, mas conservam o mesmo valor. Achocolatados, sabões, bolachas e até farináceos têm passado por reformulações bastante controversas.

Essa técnica consiste em uma estratégia utilizada pelos fabricantes para amenizarem os efeitos da inflação.

Contudo, embora a redução do conteúdo das embalagens seja uma saída para muitos empresários, quem sai perdendo é o bolso dos consumidores. Afinal, muito preço para pouco produto leva os brasileiros a questionarem onde de fato estão investindo o seu suado dinheiro.

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Assim, a prática denominada como reduflação, a depender dos casos pode sim ser caracterizada como um abuso ao consumidor. Entenda mais a seguir!

O que é a reduflação?

Existem diversas formas de manifestação da inflação e uma das mais polêmicas consiste na reduflação, uma junção das palavras redução e inflação. Aqui a inflação se mostra na redução do conteúdo dos produtos. O problema? A manutenção dos preços ou até mesmo seu aumento.

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A verdade é que a inflação corrói o real de forma universal e não somente das pessoas físicas. Isso equivale a dizer que as empresas também são lesadas pela inflação e buscam assim medidas para se defender, sendo a reduflação uma delas.

Sendo assim, as empresas reduzem o conteúdo das embalagens de seus produtos, visando não diminuírem suas vendas, considerando a diminuição do poder aquisitivo dos consumidores.

Pague mais, leve menos: preço alto para pouco produto

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Fonte: Freepik

Olhe para as gôndolas do seu supermercado favorito e certamente perceberá que as reduções das embalagens estão por todos os locais. Talvez você só não tenha sido capaz de enxergar porque o designer gráfico continua o mesmo.

O achocolatado Toddy passou de 800g a 750g, o Sucrilhos já possui a diminuição de 40g e o que dizer dos 40 palitos de fósforos Fiat Lux removidos da caixa? Enquanto isso, o sabão líquido OMO passou a conter na embalagem 10% a menos do produto.

Com a inflação acumulada em dois dígitos nos últimos 12 meses, todos os setores da economia sofreram com a corrosão do real.

Já as marcas, como vimos, precisaram adotar uma estratégia no mínimo polêmica: pague mais, leve menos. Isso tudo para custeio de produção e transporte e, claro, para blindagem perante os preços altos das commodities.

A prática de diminuição das embalagens para a manutenção dos preços dos produtos não é de todo ilegal. Isso considerando que a ação seja informada com destaque para os consumidores nas embalagens dos respectivos produtos alterados.

Assim, segundo o Senacon, os fabricantes precisam informar a alteração na parte frontal do rótulo, em caixa alta e em negrito. Isso pelo período de 6 meses a partir da data de alteração.

No entanto, mesmo com a legalidade da reduflação os consumidores se sentem lesados e até muitas vezes enganados. Afinal, pagam mais por menos produto. E se perguntam: não seria melhor aumentar o valor dos produtos ao invés de diminuir o conteúdo das embalagens?

Como se defender da reduflação?

Considerando a legalidade da diminuição dos produtos como uma medida protetiva das empresas diante da inflação, não resta muito aos consumidores.

No entanto, é importante que a atenção seja redobrada para não caírem na maquiagem de preços. Por isso, é crucial conferir as informações nos rótulos antes de se decidir por comprar qualquer item do supermercado.

Utilizar a calculadora de seu celular no supermercado para avaliar a relação custo x benefício pode ser uma forma de contornar a solução. Assim, calcular o preço unitário dos produtos e compará-los é uma solução em casos de dúvidas sobre qual levar.

Outra medida de precaução é sempre pesar os produtos suspeitos, quando estiver em casa, para averiguar se o peso corresponde ao da embalagem.

Entrar em contato com os fabricantes pelos canais de atendimento também é uma ótima saída, sobretudo em momentos em que se mostram irregularidades nessas diminuições.

Por fim, é possível retirar o produto alterado de suas compras, deixando de consumi-lo e quem sabe migrar para marcas de produtos similares ainda mais baratas. A dificuldade é encontrar produtos que não foram atingidos pela inflação.

Chegamos ao fim desta postagem. E aí, conte-nos nos comentários, você já tinha reparado na diminuição das embalagens dos produtos? O que achou da reduflação?

Aliás, se quer saber um pouco mais sobre a diminuição do seu poder aquisitivo, confira o nosso conteúdo sobre projeções para inflação em 2022. Aqui ensinamos de maneira descomplicada sobre as principais causas da queda do poder de compra. Acesse e confira!

Gabriel Mello

Mestre em Filosofia e doutorando em Letras. Especialista em SEO, atua há 3 anos com planejamento, produção e revisão textual, garantindo a entrega de um conteúdo relevante e de impacto para e-commerce e e-business.

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