Empregos na era da transformação digital: o que devemos saber?
Empresas de telecomunicações e tecnologia da informação são as mais propícias a sofrerem as transformações digitais.
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Desde o advento da Revolução Industrial, o contexto global sofreu sucessivas alterações no âmbito das relações sociais, laborais, econômicas e, também, políticas. No século XXI, contudo, as discussões têm se voltado para a evolução tecnológica, por alguns, denominada como “Terceira Revolução Industrial” ou “Transformação digital”.
As descobertas no campo da tecnologia, sobretudo na década de 1970, fez surgir tal concepção e passou a exigir mais atenção. Isso porque muita coisa estava mudando e mais alterações, certamente, iriam acontecer.
As transformações provocadas pela transformação digital se tornaram mais evidentes no cenário marcado pela pandemia da COVID-19. A adoção de medidas de restrição de circulação de pessoas e de funcionamento das atividades comerciais obrigaram as empresas a pensarem em alternativas de continuação do trabalho, contudo, em novos formatos.
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A lida com os funcionários, com clientes e fornecedores precisou mudar. Rapidamente se percebeu que a transição para uma economia digital seria a ação mais coerente, rápida e eficaz durante a pandemia.
Um estudo elaborado pelo Fórum Econômico Mundial prevê que, até meados de 2025, cerca de 85 milhões de empregos irão sofrer um processo de deslocamento, em razão de uma divisão estrutural e ocupacional entre homens e máquinas. Na pesquisa divulgada, estimou-se que em torno de 97 milhões de novas ocupações podem surgir.
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Surge uma questão, que se impõe como um dilema: o processo de transformação digital promoverá novas vagas de trabalho, mas, teremos como ocupá-las?
Conforme o estudo do Fórum Econômico Mundial, até o ano de 2025, 44% das habilidades comumente exigidas, de quem está no mercado de trabalho ou pretende se inserir, irão mudar.
A transformação digital não atinge todos da mesma forma. Para grande parte dos brasileiros, sobretudo àqueles que estão representados no número de 14 milhões de desempregados no país e os que estão em fase de inserção inicial no mercado, haverá necessidade de superar alguns desafios como o da qualificação ou (re)qualificação. Um profissional bem qualificado, certamente, encontrará um espaço no contexto transformado digitalmente.
Investir em cursos à distância para fortalecimento do currículo, focar em atualizações, especialmente, relativas à informática e áreas relativas é essencial. Algumas pessoas, com a mudança do espaço físico para o home office, sendo necessário utilizar plataformas digitas para reuniões e demais atividades da profissão enfrentaram dificuldades, uma vez que a maioria dos processos passam a ser digitais, automatizados. É preciso, ainda que minimamente, saber lidar com o uso das tecnologias.
Central às transformações digitais estão das Tecnologias da Informação e Telecomunicação (TIC’s), uma vez que fomentam inovações na indústria, nas ciências e na cultura. Um estudo de Brasscom (2019) apontou que as TIC’s representavam cerca de 7,0% do PIB do Brasil, gerando em torno de 1,52 milhão de vagas de trabalho.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os impactos da digitalização nas empresas e também no comércio tendem a promover resultados em termos de crescimento econômico, tendo em vista que a as tecnologias digitais possibilitam a otimização de recursos, bem como a inovação de processos e de produtos e a melhoria do processo de tomada de decisões (OCDE, 2019).
Para entender um pouco mais sobre a economia digital, há um curso oferecido pelo Governo brasileiro, de forma gratuita, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o qual trata sobre os desafios e a oportunidades na economia digital.
Existe também uma iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) junto ao Ministério da Educação e ao Ministério da Economia. A iniciativa visa dar apoio a formação de estudantes e de (re)qualificação de trabalhadores para a economia digital.
O processo de transição de uma economia “tradicional” para digital, especialmente em um país marcado por níveis altos de desigualdade social, em que grande parte da população não goza de instrução suficiente, precisa ser inclusivo e não excludente. É, portanto, uma questão de também garantir incentivos e investimentos em ações as quais possibilitem o preenchimento dessas vagas nos mais diversos empregos que surgirão no futuro, diga-se, bem próximo.